No segundo domingo da Pascoa a Igreja celebra a
Festa da Divina Misericórdia, instituída pelo saudoso papa, São João Paulo II,
seguindo o pedido que Jesus insistentemente fez a Santa Faustina Kowalska,
polonesa, cujo processo de beatificação foi conduzido pelo mesmo Papa.
A Igreja celebra a Divina Misericórdia,
convidando-nos a nos aproximarmos de Deus sem medo de sermos menosprezados ou
rejeitados. É um ensino bastante diferente daquilo que muitos de nós aprendemos
na infância, quando éramos alertados a ter medo de Deus porque Ele nos iria
castigar pelos pecados cometidos. Aliás, ainda hoje é comum escutar a afirmação
de que “Deus não mata, mas castiga”.
A motivação para colocar o segundo domingo da
Páscoa como o Domingo da Divina Misericórdia, encontra amparo na consciência de
que “foi na ressurreição que o Filho de Deus experimentou de modo radical a
misericórdia do Pai, que é mais forte do que a morte” (João Paulo II, Carta
Encíclica Dives in Misericordia). Depois de ter passado pela dor do abandono e
pela morte na cruz, “Cristo revelou o Deus do amor misericordioso, precisamente
porque aceitou a Cruz como caminho para a ressurreição”. A experiência que o
próprio Cristo fez da misericórdia do Pai, levou-o a nos ensinar que Deus é Pai
de Misericórdia, que vai ao encontro do filho que o havia abandonado cobrindo-o
de beijos, conforme nos ensina a parábola do Pai de Misericórdia, também
conhecida como Parábola do Filho Pródigo (Lc 15,11-32).
Enquanto nos debruçamos sobre a misericórdia
divina, somos também desafiados a fazermos da misericórdia uma das nossas
virtudes cotidianas. João Paulo II dizia que “a mentalidade contemporânea tende
a tirar do coração humano a ideia da misericórdia”. Em seu lugar, prefere a
palavra “justiça”, que muitas vezes é usada como sinônimo de “vingança”. É o
que se percebe em algumas manifestações populares onde a racionalidade cede
lugar ao ódio.
São João Paulo II prega que “o amor se transforma em
misericórdia quando vai além da norma exata da justiça; norma precisa e, muitas
vezes, por demais restrita”. É o que Jesus propõe ao dizer que são “felizes os
misericordiosos” porque também eles “encontrarão misericórdia” (Mt 5,7).
Faço votos que nos abramos à misericórdia de Deus e
acolhamos o dom da paz que nos é almejado pelo Ressuscitado. Ao mesmo tempo
convido a nos empenharmos a também sermos misericordiosos e promotores da paz.
TRECHO DO DIÁRIO SANTA FAUSTINA SOBRE A DIVINA
MISERICÓRDIA
“Meu Coração está repleto de grande misericórdia
para com as almas, e especialmente para com os pobres pecadores. Oxalá possam compreender
que Eu sou para eles o melhor Pai, que por eles jorrou do Meu Coração o Sangue
e a Água como de uma fonte transbordante de misericórdia. Para eles resido no
Sacrário e como Rei de Misericórdia desejo conceder graças às almas (...) Oh!
como é grande a indiferença das almas para com tanta bondade, para com tantas
provas de amor. (...) para tudo têm tempo, apenas não têm tempo para vir buscar
as Minhas graças” (Diário, 367).
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